segunda-feira, novembro 21, 2005

Alitália? Fónix...

A saga da desorganização italiana vem desde tempos remotos. Em toda a história há registos de como os italianos são uma cambada de preguiçosos, vaidosos e incapazes. O Império Romano caíu porque os escravos foram-se embora e nenhum romano sabia fazer nada de nada. Há uns anos cobriram o Coliseu de andaimes para tirarem quase dois mil anos de ruço e sebo. Sete anos depois, nada estava limpo. O escândalo foi grande, mas resolveram tirar os andaimes e apenas uns metritos da fachada estão limpos. Os correios italianos são para esquecer e em Roma quem tem dois dedos de testa serve-se dos correios do Vaticano, gerido por suíços. Mas a Alitalia bate tudo aos pontos. Os aviões são uns charutos velos, verde-flourescente, a caír de podre. Alcatifas rasgadas no chão, bancos partidos e que estalam cada vez que fazemos um pouco mais de pressão nas costas, pessoal de bordo desalinhado e antipático, e o pior de tudo, não são capazes de fazer um check-in em condições. A história que vos vou contar aconteceu-me ontem em Fiumicino, o aeroporto que serve Roma. Chegámos (eu e a minha cara-metade) uma hora e meia antes do voo, tempo suficiente para fazer o check-in, comer qualquer coisa e embarcar. Acontece que, nos painés informativos, estava anunciado o balcão 208 para fazer a referida operação para o voo de Lisboa e mais meia dúzia deles, todos anteriores ao nosso. Como qualquer pessoa civilizada, fomos ver o balcão e tinha uma bicha enorme de alemães que iam para Munique. Pensámos que ainda era cedo para o nosso voo. Comemos uma sandocha horrível e voltámos. Agora, a fila era para Madrid. Mas de repente ouvi que também era para Amsterdão... e Milão!! O que se passava? Muito simples. Os imbecis, em vez de terem um ou dois balcões abertos para cada voo, tinham seis balcões que faziam o check-in para quatro ou cinco voos à balda. E para piorar, eramos os únicos naquela fila para Lisboa. Por pouco, a má informação e desorganização italiana nos iam fazendo perder o voo. Tentámos fazer o check-in, a tipa deu-nos um bilhete provisório, porque já era tarde para imitir o bilhete dali. Tinhamos que ir a correr para outro balcão para nos emitirem o bilhete, para depois irmos a correr outra vez para a porta de embarque (do outro lado, ou seja, passamos novamente pelo balcão 208) porque estavam à nossa espera. Corremos que nem umas bestas para chegarmos à porta de embarque e depararmos com ela fechada, não porque fosse tarde, mas simplesmente porque sim. Nós e mais outros compatriotas (talvez quinze) esperámos cerca de cinco minutos que aparecesse alguém. Apareceu uma hospedeira que, assim que viu a fila, virou-se de costas, pegou no telefone e durante um quarto de hora ignorou-nos. Quando nos dirigiu a palavra, foi para nos tratar como gado. Mandou-nos entrar e esperar dois metros mais adiante e ai daquele que passase a linha imaginária que ela projectou (apenas na mente dela). O curioso é que se fossemos trinta centímetros mais adiante, não iamos parar a lado nenhum na mesma. Já dento do avião reparamos queos nossos bilhetes não eram um ao lado do outro, ou melhor, eram mas separados pelo corredor. Menos mal, pensámos nós, tendo em conta o check-in tardio, mas quando o avião fechou as portas e se fez à pista vimos que haviam cerca de dez banco triplos vazios... Porque é que não nos meteram num deles? Não sei. Mas saímos do nosso lugar e fomos para outro banco, onde pudessemos ficar um ao lado do outro. Quando o avião começou a rolar, o capitão disse que teríamos de aguardar meia-hora antes de termos autorização para descolar... E ainda nos disseram que estávamos atrasados. Eles é que o são. Alitalia, nunca mais!!